quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Mulheres já ganham mais do que os homens


Constatação é feita no Distrito Federal e no Amapá

Isabel Sobral, BRASÍLIA

A tradicional regra de que mulheres ganham menos do que os homens já está sendo quebrada, pelo menos no Distrito Federal e no Amapá. Nos dois locais, segundo levantamento do Ministério do Trabalho, as mulheres têm salário médio mais alto que os homens no mercado formal de trabalho. Na média do País, entretanto, a remuneração de um trabalhador do sexo masculino é 16,8% superior ao salário das mulheres. O levantamento teve como base os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2006. Naquele ano, o salário médio dos homens foi de R$ 1.327,08, enquanto as mulheres receberam R$ 1.103,47. No Distrito Federal, entretanto, a média salarial das mulheres ficou 1,3% acima da dos homens, enquanto no Amapá foi 2,3% a diferença a favor delas. Os dados mostram ainda que o ganho mais elevado das mulheres também é a regra em dois setores da economia - construção civil e extração mineral."Embora haja avanços localizados, como no DF e Amapá, a gente ainda percebe uma discriminação grande entre homens e mulheres e isso é estrutural e deve levar tempo para mudar", comentou o assessor especial do Ministério do Trabalho e Emprego, Ezequiel Nascimento. Há Estados onde a análise dos dados da Rais mostra que há grandes diferenças de remuneração por gênero. Em São Paulo, por exemplo, o salário médio das mulheres (R$ 1.259,06) foi equivalente a 80% da renda média dos homens (R$ 1.564,50). Em Santa Catarina, a média das mulheres foi R$ 919,15, cerca de 76,6% do salário médio dos homens (R$ 1.199,76). Para Ezequiel Nascimento, a forte presença da administração pública como empregador é um dos principais fatores que explicam a situação do Amapá e do DF. "No Amapá, o governo do Estado é o maior empregador e, no DF, há a presença forte da administração federal e a distrital", observou. Na avaliação de Nascimento, o acesso a uma vaga no setor público é o mais democrático de todos os setores da economia, pois envolve concurso público. "As provas exigem escolaridade que é mais alta entre as mulheres no setor público", comentou. A Rais mostrou que 21% das trabalhadoras com carteira assinada têm instrução superior, enquanto entre os homens ocupados formalmente o porcentual é de 10,57%.


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