quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

CARNE BOVINA


Stephanes: Brasil errou ao aceitar normas da UE
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, reiterou nesta quarta-feira (13) que "o Brasil errou" ao aceitar as normas exigidas pela União Européia para a venda de carne bovina. Ele argumentou que as normas referentes à rastreabilidade são muito exigentes para o país e foram elaboradas para doenças como o mal da vaca louca - que causou diversas mortes naquele continente, mas que nunca teve casos registrados no Brasil.
- O Brasil, porém, aceitou essa imposição e disse que iria segui-la - ressaltou Stephanes, argumentando que o embargo da União Européia à carne bovina brasileira tem motivação comercial, e não sanitária.

O ministro fez essas afirmações durante audiência pública realizada no Senado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). Também presente na audiência, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) criticou o ex-ministro da Agricultura Marcus Vinícius Pratini de Morais, em cuja gestão foram aceitas as exigências da União Européia. Atualmente, Pratini de Morais é presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

Conflito interno

Além da questão externa, a audiência desta quarta-feira demonstrou a existência de um conflito interno na cadeia produtiva brasileira. Segundo Stephanes, "talvez o governo tivesse a convicção de que iria implantar esse sistema de rastreamento, mas nem os frigoríficos nem os exportadores se esforçaram para implantá-lo".
Nesse contexto, os senadores Kátia Abreu (DEM-TO) e Osmar Dias (PDT-PR) criticaram os frigoríficos, que, segundo eles, deveriam pagar preços maiores aos produtores que oferecem carne rastreada - atitude também defendida por Stephanes.

MEU COMENTÁRIO: O ministro é homem sério e competente. Está certíssimo quanto à submissão do governo anterior. Coisa de quem pensa o Brasil com os olhos não de brasileiros, mas dos outros. Mas... cá entre nós: se o mercado não fosse tão voltado para a exportação, num país continental como o nosso, teríamos um produto mais barato e de melhor qualidade que seria muito bem consumido no mercado interno. Cláro! se nossos salários também fossem menos ruins (é bom lembrar que, teoricamente, o conjunto de salários de todos os brasileiros forma o "Mercado" brasileiro). O que seria ótimo para os todos os brasileiros. Proteína bem consumida para um maior número de pessoas. Mas, não, aplicam o dumping (sacrifício do mercado interno em proveito das exportações para destruir a concorrência de lá, típico de colônias de exportação) porque beneficia um grupo restrito de exportadores (geralmente transnacionais) e porque as exportações são em dólar e, assim, teoricamente, engordam a balança de pagamentos do Brasil, fazendo com que o governo tenha mais recursos para pagar a famigerada e ilusória "Dívida Pública". HÁ!HÁ!,HÁ!
Repito: pagar a dívida pública, não a dívida social, não a dívida em infra-estrutura, não a dívida em energia, não a dívida em educação... e por aí vai. Assim, a melhor carne, a mais saborosa (mas, por incrível que pareça, proporcionamente a mais barata) vai para os europeus e norte-americanos e, nós, reles brasileirinhos, somos obrigados a ficar com uma carne de menor qualidade e mais cara, repito, proporcionalmente. Beleza!!! É isso que dá sermos uma imensa "plantation", um quintalzão, uma gigantesca horta, que vive em função não de nós mesmos, mas daqueles que nos dominam. É isso aí.
O MOTIVO: PECURÁRIA BRASILEIRA VAI ARRASAR PECUÁRIA EUROPÉIA.
A União Européia suspendeu a importação de carne brasileira (clique aqui). O Brasil exportava 327 mil toneladas de carne bovina para os países da União Européia.O fazendeiro e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Luiz Hafers, disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim, nesta sexta-feira, dia 01, que o embargo da União Européia "é uma boa desculpa para uma má situação" (clique aqui para ouvir o áudio).Hafers disse que a pecuária brasileira vai arrasar a pecuária européia. "Os Irlandeses estão liquidados. A agricultura brasileira vai arrasar a agricultura subsidiada dos outros", disse Hafers.Luiz Hafers lembrou que "até o pessoal do champagne está reclamando porque o nosso espumante é bom". Por isso, Hafers acha que o brasileiro não vai ser bem quisto em Reims (clique aqui para saber mais sobre Reims, a capital do Champagne).Hafers disse que não adianta o pecuarista brigar e entrar no conflito. Ele acredita que a dona de casa européia será a grande aliada dos pecuaristas brasileiros. "Nós temos que ganhar as paradas. E o nosso grande aliado é a dona de casa européia", disse Hafers.Leia a íntegra da entrevista de Luiz Hafers:

http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/476001-476500/476448/476448_1.html

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