terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Coluna do Helio Fernandes


Exportação e importação crescem mas não resolvem

9 MILHÕES DESEMPREGADOS

43 MILHÕES: SALÁRIO MÍNIMO

13 MILHÕES: MENOS DE 180 REAIS

NEM O IBGE CONTA OS SUBEMPREGADOS


É preciso desconfiar dos economistas, ou dos porta-vozes dos grandes negócios. Não importa que ligados ao governo, mas que atuam principalmente junto a ministros ambiciosos, como Mantega, Paulo Bernardo (quem é?), Henrique Meirelles e outros. Vivem badalando as exportações como o fator maior do "salto dado pela economia", provocando o enorme "desenvolvimento nacional". No governo FHC os principais mistificadores eram Bresser Pereira, Mendonça de Barros, Malan, Sérgio Motta.
Em primeiro lugar, o reconhecimento: houve realmente aumento das exportações, a partir de determinado momento, por coincidência ou não, no fim do primeiro mandato de Lula. E se acelerando no segundo mandato, que está completando 13 meses.
Mas se devemos analisar com isenção o aumento das exportações, não podemos fugir da explicação inteira. É que a economia mundial, por fatores não consolidados, não explicados e até não entendidos, cresceu muito. Sem dúvida, o Brasil foi favorecido. Ligeiramente, circunstancialmente, momentaneamente, mas sem consolidação.
Mas é necessário não mergulhar de cabeça na crença ou na esperança de que essa exportação é fator permanente de desenvolvimento. Primeiro que não está havendo desenvolvimento verdadeiro. E que as exportações não representam fator permanente de crescimento, de aumento do mercado consumidor interno, de melhoria de salários, de redução verdadeira do desemprego.
Vejamos os dados do governo, oficiais, portanto não sujeitos a desmentidos. E na verdade não quero desmentir e sim expor, analisar, comentar. Em meses, o Brasil exportou 13 bilhões e importou 9 bilhões. (Arredondados). Portanto, na aparência, um saldo de 4 bilhões. Mas acontece que pelo menos, pelo menos, 25% das exportações precisam ser complementadas por importações.
25% de 13 bilhões dá 3 bilhões e 200 milhões, arredondemos para 3 bilhões. Então, na verdade, a diferença entre exportação e importação foi apenas de 1 bilhão, o que não dá para gerar ou produzir muito otimismo.
De que adianta essa supremacia, que palavra, de 1 bilhão, se só para amortizar os juros o governo diz que ECONOMIZA 90 BILHÕES? Está bem, a "economia" é por ano, o saldo da exportação é mensal. Façamos a conversão ou comparação: saldo de 12 BILHÕES na exportação, a "economia" para pagar juros ficou nos mesmos 90 BILHÕES.
Outra comparação desfavorável para a exportação: os 9 BILHÕES mensais da importação já ficam lá fora, com os respectivos adendos ou acréscimos para os intermediários. O dinheiro da exportação LEGALMENTE tem 210 dias para ser entregue ao governo. E se os exportadores disserem que ainda não receberam, ganham mais prazo. E não é só prazo que ganham. Para que Mantega fosse mantido, deu aos exportadores uma porção de prioridades, favorecimentos e privilégios. E alegríssimo, na televisão, mostrou todo seu contentamento. Lógico que tinha que ficar satisfeito, foi mantido no cargo. Sem competência, compromissos, coragem de FAZER e DESCONTENTAR.
9 milhões de pessoas continuam desempregadas.43 milhões ganham salário mínimo.13 milhões ganham entre 3 e 9 reais por mês.Nem o IBGE sabe contar os subempregados.Roriz vai tentar o 5º mandato de governador, apesar de cassado.
O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever. Isso foi dito pelo Almirante Barroso. Mas podem usar também a fórmula popular: o Brasil espera que cada um COMPRE sem DEVER. Nem podem deixar de pagar os banqueiros e emprestadores, agora cobram na folha de pagamento. Que República.

PS - Enquanto isso, governo e oposição, lutam vorazmente para que a CPI dos "cartões corporativos" nem comece. Se começar, não faça estragos nos dois lados.
Para apreciar a coluna do Helio na íntegra, não deixe de acessar:

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