quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Observatório do Said

As cabeças de Cérbero

O Governo e as várias correntes da Oposição estão parecendo o mitológico Cérbero, aquele cão monstruoso com várias cabeças ao redor do pescoço, que guardava a entrada do Hades, o reino subterrâneo dos mortos. Ele deixava as almas entrar, mas não permitia que saíssem jamais. Quando alguém chegava, embora feio, Cérbero fazia festa, era uma criatura adorável, convidativa. Mas quando a pessoa queria ir embora, ele a impedia de forma violenta e cruel. O Governo e as várias correntes da Oposição são as cabeças de um mesmo cão infernal: o medo da Verdade. Dizem querer entrar no inferno televisivo de uma CPI, mas sabem que, se ela realmente for instalada, em ano eleitoral, os dois lados não terão como sair daquele Inferno diante do show midiático que a imprensa fará, pois ambos têm culpa no cartório. Por isso, ontem, os tucanóides e o DEMO, sabendo que a exigência é inviável, decidiram reivindicar um cargo no comando da CPI, só para que ela não saia. Querem pouco: apenas a Presidência ou a Relatoria.
Ontem, também, os líderes da Oposição fizeram um almoço de confraternização para tentar parecer que estão unidos, mas só conseguiram mostrar, mesmo, que estavam com muita, muita fome. Quem pagou o “rango”? ninguém sabe. Mas eles juraram que foi “em dinheiro”. Disseram os do DEMO que foi 'em espécie"; “em cash”, reafirmaram os globalizados tucanóides. Nada de cartão de crédito ou de débito. Questão de bom senso. E ainda juraram de “pés juntos” que não têm qualquer tipo de acordo para impedir que Lula e FHC, de braços dados, entrem no Inferno da CPI.

“Eqüíssimas Excelências...”

O senador José Sarney, em discurso no Plenário nesta segunda-feira (11), como não poderia deixar de ser, lembrou os 400 anos do nascimento do padre Antônio Vieira, comemorado no último dia 6, a quem chamou de "imperador da língua portuguesa", citando o poeta Fernando Pessoa. Para Sarney, Vieira "não foi somente um pregador, foi também um homem de ação". Não houve tempo, devido aos limites regimentais que sabe respeitar, mas, se tivesse, bem que Sarney poderia ter falado da passagem em que Vieira, levado ao Tribunal da Inquisição, tratou os seus juízes de “eqüíssimos doutores”. Admoestado pelos inquisidores, esclareceu que não era “equus” (cavalos, éguas), mas "eqüíssimos" de eqüidade!...”. O caso já foi narrado com maestria pelo ex-presidente em um dos seus artigos da Folha, em julho de 1997, quando houve a comemoração dos 300 anos da morte do autor do Clavis prophetarun. Já pensou se isto ocorresse hoje no início da fala de um deputado ou senador na Tribuna? Já pensou? “Eqüíssimos deputados...”. Diferente do caso de Vieira, talvez não fosse necessária a explicação. Pelo nível intelectual atual, todos os nobres deputados "saberiam" de antemão, com certeza, se tratar de “eqüidade”. Tá bom!!!

O “Calcanhar de Aquiles” da política econômica

Reafirmo: o deputado Ivan Valente (Psol-SP) está de parabéns. Tocou no “calcanhar de aquiles” da atual política econômica suicida. Enquanto a maioria da mídia trata de coisas insignificantes, como os cartões ditos “corporativos”, Ivan está colhendo assinaturas para que a Casa investigue o pagamento da dívida pública. “Este é o verdadeiro escândalo dos cartões. O pagamento dessa dívida beneficia apenas os cartões dos banqueiros”, declarou. “A auditoria da dívida pública vai mostrar que ela é ilegítima e ilegal, uma vez que já pagamos essa dívida de oito a dez vezes”, acrescentou. A iniciativa de Valente se baseia no fato de que o atual governo, desde a posse do presidente Lula, em 2003, destinou mais de R$ 851 bilhões somente para o pagamento de juros nominais da dívida pública consolidada (interna e externa). O desvio de verbas é inconstitucional. No entanto, por medidas provisórias e na Lei Orçamentária, a Administração espertalhona do empregado da Fundação Ford (desde a década de 60), o sr.FHC, obteve a desvinculação das receitas da União (DRU), como mecanismo para se garantir a manutenção dos superávites fiscais exigidos pelo FMI. As contribuições foram aumentadas, não para servir a suas finalidades, mas a fim de arranjar recursos para pagar R$ 300 bi de juros da dívida pública. O tão propalado déficit da Previdência, por exemplo, nunca existiu. O que há é apenas o desvio do dinheiro da Previdência para pagar juros aos banqueiros (Segundo a ANFIP, a Previdência, sem a "desvinculação", tem, na verdade, superávit de mais de R$30 bilhões). O mesmo houve com a CPMF, criada para atender à saúde, MAS QUE SEMPRE SERVIU PARA O MESMO FIM ABSURDO: PAGAMENTO DE JUROS DA DÍVIDA. O então projeto de "reforma" da previdência foi também a continuação dessa política, comandada pelo FMI. Lula teria que ficar atento. Devia fazer apenas duas coisas: Mandar prender o funcionário do Banco de Boston que está instalado no BACEN e mandar chamar Ivan Valente para o ministério da Fazenda.

TV Senado se expande: antídoto contra TVs amestradas

Garibaldi Alves assinou, na manhã desta quarta-feira (13), portaria inaugurando a transmissão em canal aberto e em sinal digital da TV Senado, que a partir de agora será acessada também em São Paulo (SP). Em seu pronunciamento, disse que o debate político não pode ficar limitado ao que transmitem as TVs e as rádios comerciais, visto que a democracia exige o acesso do cidadão ao contraditório. “O compromisso do Legislativo com o contraditório, com o debate, vai arejar as idéias e trazer, para dentro dele, a opinião pública nacional. Nós sabemos que nossa instituição está passando por uma crise de credibilidade. Não tememos absolutamente que o cidadão acompanhe passo a passo essa crise, porque sabemos que ela é passageira. Não veio para ficar. O Senado é maior que a crise. Nossa TV e nossa rádio divulgarão como o Senado se mostra frente a uma crise como essa", afirmou o presidente.
Garibaldi fez um agradecimento a todos que contribuíram para essa inauguração, citando especialmente o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), responsável pela consolidação e modernização da TV Senado.

CIA escancara logo: “tortura é necessária, ainda que ilegal”

O diretor dos serviços secretos dos EUA (CIA), Michael Hayden, defendeu fervorosamente, no Congresso dos EUA, a utilização do waterboarding, denominação em inglês da simulação de asfixia por meio de água. O sr. Hayden considerou esta técnica de interrogatório como "necessária, ainda que provavelmente não seja legal" (sic). É isso.



D. João VI das "Águas Claras". Ou... Arruda vai acabar engordando...

A austeridade com gastos públicos é o principal discurso do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEMOS). Mas, parece que não alcançaram a residência oficial de Águas Claras. Levantamento realizado pelo Sistema SIGGO-Sistema Integrado de Gestão Governamental-, que registra toda a movimentação orçamentária e financeira do governo local, revela que no ano de 2007 foram gastos na residência oficial R$ 721.672,60. Só com material de consumo (produtos alimentícios basicamente), a residência oficial gastou o equivalente a R$ 658.977,51. A última aquisição de alimentos, dia 09, foi no valor de R$ 30,2 mil, em favor do BAR E RESTAURANTE THAINA LTDA ME, com gastos com 840 Kg de Peito de Frango, 594 kg de Carne Bovina de 2ª, 864 kg de Costela Bovina, 540 Kg de Lagarto Bovino. O governador está em regime de engorda. Com tanto frango, logo poderá ser chamado de Dom João VI, Príncipe de Arruda, Glutão das Águas Claras.
Do "Observatório do Said", leia mais:

http://saiddib.blogspot.com/2008/02/curtas.html

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