sábado, 1 de março de 2008

Arnaldo Já Borrou

A viúva do tucanato

Com aquela cara de Madame Mim e a tradicional verborragia chula, Arnaldo Jabor sempre sofisma sobre o que não conhece. A soldo dos que querem de qualquer maneira distanciar a juventude da vida cidadã, sempre tenta depreciar a categoria política, vivendo de generalizações fáceis e atirando contra um espectro amplo de líderes dos mais variados matizes ideológicos. Com exceção de Fernando Henrique Catástrofe, cujo filho é seu compadre, sobra para todo mundo: Lula, Collor, Sarney, ACM, Itamar Franco, Heloísa Helena, Suplicy e Garotinho. Justamente o homem da Fundação Ford, ele poupa. Por isso, sempre pertenceu ao grupo que a mídia responsável chama de “as meninas do Fernando Henrique” dos “jornalões” amestrados. Durante a Ditadura, foi o "revolucionário" "anarquista" que mais dedurou coleguinhas e que amava mamar nas tetas da "Embrafilme", com suas pornochanchadas vazias; nos Anos FHCatástrofe, mais uma vez fez pose de menino rebelde, mas não deixou de mamar nas tetas do Poder. Desta vez, em íntima ligação com o tucanato apátrida paulista. Sendo muito íntimo do "Bart Simpson" da política brasileira (José Serra) - e freqüentador assíduo das feijoadas do então "presidente" Fernando Henrique Cardoso, no Palácio da Alvorada -, não perdeu tempo: foi o aríate midiático-ideológico mais engajado da privatização/desnacionalização brasileira, o proxeneta principal do processo de desconstrução, fragmentação e alienação da nossa Soberania. Neste sentido, fez um belo par com a outra bruxa tucanóide, também muito bem paga: a Míriam Leitoa. Sempre foi, também, amigo íntimo e compadre do ex-primeiro filho, Paulo Henrique Cardoso. Aquele mesmo que era acusado pela imprensa responsável de usar a influência do pai para negócios junto ao poder público. No seu espaço na CBN, nas eleições de 2002, Jabor falou mal de Roseana Sarney e de todos os candidatos que disputavam com Serra. Seguro-apagão? Nem uma palavra. Afastamento do delegado que chefiava o inquérito da Roseana? Nem um assobio. Privatização/doação da Vale do Rio Doce? Nem pensar. Proer e dívida pública? É brincadeira!? O “salário” que FHC, mesmo como presidente da República, sempre recebeu da Fundação Ford para transformar o Brasil em protetorado da plutocracia financeira de Wall Street? Jamais. Toda a sua ira estereotipada se concentrou apenas no que não se relacionava com os “80 anos de retrocesso em oito de governo” de FHC (nas palavras de Helio Fernandes). É esta a sua “liberdade de expressão”. Mas Jabor deveria se lembrar de como os tucanos agem. Por que, o tucano-mor Fernando Henrique, o manteúdo de Jabor, sempre toma rumos nada dignos para um homem que foi presidente da República. Nunca é demais lembrar da revista Época que, com o título revelador de capa “FHC passa o chapéu”, mostrou o então "presidente" da República tucano, depois de vender o Brasil, reunir empresários estrangeiros amigos para levantar 7 milhões de reais para ONG que bancaria palestras e viagens suas ao exterior em sua lucrativa aposentadoria (Será que a atual CPI das ONGs vai falr disto? HÁ!!!). Texto da revista: “FHC reuniu 12 dos maiores empresários do país para um jantar no Palácio da Alvorada, regado a vinho francês Château Pavie, aproveitou para passar o chapéu. Após uma rápida discussão sobre valores, os 12 comensais do presidente se comprometeram a fazer uma doação conjunta de 7 milhões de reais à ONG que Fernando Henrique Cardoso passará a presidir assim que deixar o Planalto em janeiro e levará seu nome”. A convocação de empresários para doar dinheiro a uma ONG pessoal do presidente, ainda com a possibilidade de assinar o Diário Oficial, constituiu o diferencial da atitude dos ex-presidentes FHC, um larápio, e Sarney ou Itamar, duas figuras inquetionáveis quando o assunto é o respeito ao interesse republicano. Mas, que Madame Mim faz sucesso, há! isso faz, principalmente entre os desavisados. Entre uma crítica pontual ao Bush Jr. e uma indignação dramática contra os roubos no varejo, sabe cativar corações sensíveis e pouco informados. Isto ninguém pode negar. Mas, pela sua insistência criminosa e sistemática em menosprezar todos os nortistas e nordestinos, acabou virando tema de cordel. Confira abaixo um muito interessante que o meu amigo, o jornalista Guilherme Ferreira, me enviou.

Cordel pra Jabor

Cordel pra Jabor
Este cordel que apresento
Sem nenhuma pretensão
E mesmo que lhe pareça
Ser verdadeira a versão
Ainda que eu não garanta
É uma mera ficção.

Assim começa o cordel
Justo na reflexão
Tô falando do espelho
Da nossa imaginação
Que as vezes num belo dia
Prega em nós grande lição.

Como se Arnaldo Jabor
Num exame de consciência
Um belo dia acordasse
Com toda sua eloqüência
E em conversa mostrasse
Sua verdadeira essência.

"Caros amigos leitores
Eu sou Arnaldo Jabor
Cineasta e jornalista
Direitista e traidor
Também sou um caga-pau
Xeleléu e delator.

Do clã Roberto Marinho
Sou baba-ovo da hora
Digo só o que eles querem
Creio e nego, sem demora
Sou um neo-liberalista
Por enquanto, até agora..

Um dia já fui esquerda
Era na luta engajado
No cinema brasileiro
Contestei fui contestado
Hoje meu cinema é outro
Pelo poder fui comprado.

Hoje voto na direita
No maior descaramento
Nego tudo que outrora
Mostrava em meu pensamento
Glauber Rocha tando vivo
Seria o meu tormento.

Mudei de convicções
As antigas companhias
Agora sou um amigo
Das grandes oligarquias
Digo tudo qu'eles mandam
Mentiras, patifarias.

É assim que a coisa anda
É assim que o mundo gira
Sou um lobo carniceiro
A serviço da mentira
Se eu não tirar o meu
Chega outro vem e tira.

Faço uso da palavra
Pra defender meu quinhão
Quero mais é que se fôda
Quem defende esta nação
Meu caviá garantido
Para quê preocupação.

Sou perverso no que digo
E ainda sou respeitado
Pois a mentira é quem dita
Dita por quem tá do lado
Dos grandes exploradores
Do poder televisado.

Faço do verbo navalha
Quero mais é tá por cima
Vai viver sempre enganado
Aquele que subestima
A minha capacidade
De cagar uma obra-prima.

Agora devo ir embora
Meu trabalho me espera
Vou inventar outra estória
Para parecer de Vera
E quem ler sempre acredita
Na minha nova quimera."

Este cordel esquisito
Que acabamos de ler
É fruto do pensamento
Que acabo de escrever
Me chamo Jorge Filó
Em mim você pode crer.
Recife - Pernambuco - Brasil

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