quinta-feira, 27 de março de 2008

Coluna da Carmen Coutinho

ÉVRIKA !

Para os que não sabem, /évrika/ (é como se fala) é a forma correta de se dizer “euréka” (a célebre expressão grega, que significa: “saquei”!!!). Da mesma maneira que o nome do anfiteatro de acústica mais perfeita do mundo já construído até hoje, que conhecemos como “epidáuros” (na região do /Korintus/), é /epídavros/. Mas, voltando ao ponto, só depois que li acusações de que a epidemia de dengue, no Estado do Rio de Janeiro, foi causada, principalmente, por terem reduzido verbas destinadas ao combate ao mosquito; além de outras destinações dos recursos-reduzidos disponibilizados, lembrei-me de uma história semelhante que ouvi (é com “h” porque virou história, mesmo). Na década de 90, no ano anterior à ocorrência do fato, um amigo que trabalhava no Ministério da Saúde relatou-me o que iria ocorrer no ano seguinte. Ele nem precisava ser um “Nostradamus”, pois sua experiência alertou-o sobre o desenrolar da situação: naquele ano, segundo me contou, o Ministério da Fazenda tinha “atrasado” o repasse de verbas destinadas à prevenção de proliferação da malária na Amazônia. Isso significava que não haviam liberado dinheiro, nem para custear as “rações” que os “borrifadores” tinham que levar (pois, em alguns lugares, nem tinham “onde” comprar comida); nem para os equipamentos e solução a ser borrifada (em regiões ribeirinhas, vilarejos, enfim, locais propícios ao mosquito transmissor). E não havia mais “tempo hábil” para a execução do serviço. Não deu outra: no ano seguinte ocorreram muitos casos de malária na Amazônia.

Então, ÉVRIKA!!!

Agora, a culpa “única” e “total” recai sobre a população do RJ. Assim, fica difícil! O povo brasileiro, apesar de mal-educado e mal-orientado, não pode ser sempre o único que “tem que” ter responsabilidade. Lembrei-me de uma placa, que existia em vários semáforos de Brasília, onde se lia: “Não dê esmola. Dê cidadania.”. Seria o ideal. Mas todos nós “damos” cidadania, ao pagarmos impostos sobre tudo, além do I.R. descontado “em folha”.
Considero esse desconto uma injustiça: “salário” não é “renda”. É um valor que recebemos em troca do nosso trabalho – e não rende nada! Muito pelo contrário: quando chega às nossas mãos, já está “corroído” pelo mês, sem “atualização monetária”. Absurda a minha “tese”? Nada disso: o banco depositário recebe da nossa fonte pagadora os salários dos servidores/correntistas com, mais ou menos, dez dias de antecedência; faz “aplicações” com o nosso dinheiro; e o rendimento fica para o banco! Portanto, “caríssimos senhores”, ao invés de desculpas “esfarrapadas” e/ou troca de acusações, trabalhem; façam “jus” aos seus salários! E não cometam o mesmo erro no próximo ano. Dinheiro para as “ações preventivas” existe: nós fazemos a nossa parte!

Carmen Coutinho

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