quarta-feira, 19 de março de 2008

Coluna do Helio Fernandes


Contradições e contrariedades da eleição do Rio

Gabeira poderia ganhar sozinho, perde na certa, "amarrado" ao PSDB

A eleição para o importante cargo de prefeito do Rio, (tão importante quanto o de prefeito de São Paulo), começou de um jeito, foi se complicando e se modificando, tomou outro rumo com a entrada de Fernando Gabeira. Tudo pode acontecer, a jogatina é total. E gostando ou não gostando é preciso levar em consideração os "donos das máquinas": Sérgio Cabral, César Maia, Anthony Mateus, Jorge Picciani. Aparentemente, César, Mateus e Picciani têm um acordo mas não têm candidato. E se o acordo não valia pelo passado deles, deixou mais ainda de valer pela falta de nomes.

Gushiken

Nos bastidores chegou a ser mais poderoso no Planalto-Alvorada do que o próprio Dirceu. Agora, humilde, diz que não mandava nada. O poderoso(ex-) Gushiken, foi depor na 4ª Vara Criminal. (Só depois de ouvidos os acusados e as testemunhas, começa o julgamento propriamente dito, no Supremo.) Usou e abusou da "menas" verdade. "Eu não tinha a menor ingerência nas verbas de publicidade das estatais". Ha! Ha! Ha! Tudo era controlado por ele, trocou até o nome de Secretaria de Comunicação por outro mais pomposo. A importante Petrobras teve que se submeter a ele. Como não gostava de Dirceu e disputava o Poder com ele, cortava todas as publicidades encaminhadas pelo chefe da Casa Civil, que não tinha o que fazer. Um dia, o governador Requião, (então importante e prestigiado) conversou com Dirceu sobre publicidade. Resposta de Dirceu: "É melhor você falar direto com o Gushiken". (Na época, todos gravavam todos, o que continua, me deram cópia da conversa). Incrível. Para terminar por hoje, por hoje. Gushiken afirmou: "4 ministros do Supremo me disseram que recusaram as denúncias contra mim". Ora, os ministros do Supremo ainda não votaram, e não costumam adiantar seus votos. Única manifestação: acompanharam o relator Joaquim Barbosa, que aceitou a denúncia sobre os 40, Gushiken um deles. Quando revelei o escândalo da Alerj, sobre os deputados que contratavam "funcionários fantasmas" e ficavam com o dinheiro, (fortunas) era tão grave, que só pude fazer a revelação por causa de um fato. É que minha fonte era tão importante quanto a Fontana de Trevi. Se eu pudesse publicar seu nome, atrairia mais turistas do que a lindíssima atração de Roma. O que fazer? A Lagoa Rodrigo de Freitas, recebeu esse nome, dado por Dom João VI. Corri tanto nela, dezenas de quilômetros POR DIA, (agora apenas caminhada mas também diária) que todos dizem que me "incorporei à paisagem". Como o empresário Eike Batista quer "despoluir a Lagoa", por sua conta e sem os governos gastarem um real, é possível que Rodrigo de Freitas mude para Eike Batista. E eu, proibido de caminhar nela.
A vereadora Soninha, (com espaço duplo na televisão, em programa esportivo no ESPN, e na NET, numa conversa entre mulheres) oficialmente é candidata a prefeito. Pelo PPS, saiu do PT-PT. Mas é grande a tentação de ser vice de Alckmin. Ele será eleito, disputará em seguida para governador. Deixaria então para Soninha, 33 meses de mandato. Sendo cabeça de chapa, chega em quarto. Ou quinto.
Delcidio Amaral (senador pelo Mato Grosso do Sul) é especialista em energia. Mas não deve ser em finanças e "lavagem" de dinheiro. Quer trazer para o Brasil, o que chama de "100 bilhões de dólares". O total chega a mais de 300 bilhões, senador, e essa deve ser a décima vez que tratam do assunto, inutilmente. Ninguém confia nos governos. E mais da metade disso, é sub e super. De exportação-importação.
Ao mesmo tempo "divisor" e "aglutinador" da fortuna de ACM-Corleone, o empreiteiro Mata Pires, foi amigo, inimigo e novamente amigo de ACM. Fundou uma empreiteira que cresceu por causa de ACM. Se chamava OAS, por isso passei a chamá-la de Obrigado Amigo Sogro. Beto Richa não é vencedor tão fácil e previsível para prefeito de Curitiba. É favorito, mas a luta vai se transferir para a eterna disputa entre Requião e os irmãos Dias, Álvaro e Osmar. Os 3 já foram amicíssimos. José Fernando Aparecido de Oliveira, que vem se destacando na Câmara Federal, vem hoje ao Rio. Janta com Cicero Sandroni, presidente da Academia, e Durão Barroso, amicíssimo de seu pai, quando embaixador em Portugal. Durão agora é da UE. Perguntinha ingênua, inútil e inócua para Fernando Gabeira: o que é que você vai explicar ao Millor quando encontrar com ele, depois de ter feito acordo com Marcelo Alencar? Este, governador, processou o Millor, em 1995, porque expressava seu pensamento. Lógico, como ainda há "juízes em Berlim", o Millor ganhou, o que enfureceu o facilmente "enfurecível" Marcelo Alencar.
Não só "enfurecível" mas não esquecendo as derrotas. 13 anos depois, agora, escreve carta odiosa e raivosa para o Millor. Não queria dizer, mas o Millor joga todas as cartas fora.
Houve eleição na Espanha, haverá eleição na Itália em 13 e 14 de abril, no Paraguai em 20 também de abril. E em 4 de novembro, a badalada eleição nos EUA, depois da convenção democrata de agosto.
A representatividade dessas eleições é autêntica? A vontade do povo é expressa de forma irrefutável e irrecorrível? Vejamos. José Luís Zapatero, achava que podia ganhar, mas estava assustado com a própria queda e o crescimento da oposição. Ganhou, apesar do desemprego humilhante. Não é Socialista nem Nacionalista, finge. Isso é democracia? Na Itália haverá uma "falsa eleição", ganha antecipadamente por Berlusconi, o maior corrupto da Itália e do mundo. Isso é democracia? Dentro de 1 mês haverá eleição no Paraguai. Oviedo, que não foi presidente porque a CIA "armou" contra ele, é candidato. Chávez e o governador Requião, estão contra ele, "desassombradamente" sabendo da posição da CIA. Isso é democracia?


Finalmente a eleição dos EUA. Dificilmente Obama ou Hillary chegarão aos 2.025 delegados. Farão chapa conjunta, a cabeça da chapa, disputada no "cara ou coroa". Isso é democracia?
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Anteontem, aqui nesta Tribuna da Imprensa, matéria importante, com chamada na Primeira. É a disputa, antecipada e acirrada pela preferência de Lula em 2010.
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Do ponto de vista eleitoral, o PT-PT só tem terceiro time. Alguns têm passado, mas jogaram fora o presente, comprometendo o futuro.
O quadro de candidatos é tão frágil, que o presidente Lula não esconde que gostaria de apoiar o ex-ministro Palocci. É inacreditável. Depois de nomear Palocci em português e demiti-lo em latim, essa reabilitação dá o que pensar. Declaração de Dona Dilma: "O presidente Lula deve apoiar os candidatos do PT, de forma genérica nas eleições deste ano". "Apoio genérico" é uma forma sofisticada de estimular Dona Marta a concorrer em SP, todos sabem que não ganha. Se Dona Marta ganhasse, reduziria o Poder de fogo da própria Dona Dilma. Esta pretende ser presidenciável em 2010, pelo PT-PT, perdão, pela legenda chamada "Luiz Inacio Lula da Silva". XXX

Se não obtiver a legenda, espera ser vice de Aécio, então já no PMDB. Lula não diz publicamente, mas considera o governador de Minas mais confiável do que Ciro, ex-do Ceará.

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