terça-feira, 4 de março de 2008

TENSÃO NA AMÉRICA DO SUL

Sarney critica Chávez por “desestabilizar continente” e pede intermediação do Brasil

O ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) subiu nesta segunda-feira, 03, à tribuna do Senado para fazer um duro discurso contra o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que ameaça aplicar a força militar para contornar a crise diplomática entre Colômbia e Equador. Sarney disse que Chávez tem o objetivo de "desestabilizar o continente" ao reunir aparato bélico suficiente para provocar um incidente na América do Sul. "Nós somos um continente pacífico. Que necessidade tem um país do nosso continente de armar-se dessa maneira? Contra quem? Para quem? O objetivo, realmente não podemos dizer que ele não seja outro senão uma ameaça à estabilidade do nosso continente. De tal modo que a primeira reação da Venezuela, no incidente que acaba de haver na fronteira da Colômbia com o Equador, não é de negociar", disse. Sarney fez um apelo para que o Brasil, com a tradição diplomática da negociação, trabalhe para evitar um conflito bélico no continente. "Temos de nos unir e mostrar que não admitimos a existência desse sentimento dentro do continente. E o Brasil, com a tradição pacífica que tem, ao longo da sua história, não pode deixar de ser uma pedra fundamental, um pilar mestre na defesa desse objetivo", afirmou. O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), defendeu a intervenção de um organismo internacional, como a OEA (Organização dos Estados Americanos), para intermediar a crise. "O Brasil deveria, sim, na minha opinião tomar iniciativas apaziguadoras, mas se guarnecendo com a convocação de um organismo internacional impessoal que pudesse estabelecer a eliminação da cizânia entre países", defendeu. Sarney, porém, disse ser contrário à intervenção da OEA no conflito. "Essa responsabilidade é do continente sul-americano. É o Brasil, como um país líder dessa área, deve comandar uma ação diplomática imediata de maneira que isso não se generalize porque o perigo não é um incidente na fronteira. É a generalização do conflito com o envolvimento de três países." Neutralidade Parlamentares da oposição defenderam nesta segunda-feira uma postura neutra do governo brasileiro para ajudar a solucionar a crise entre Equador, Colômbia e Venezuela. "Eu creio que a tentativa de encontrar uma solução negociada é responsável. Mas qualquer solidariedade ao presidente Chávez seria um desastre. Ele é um barril de pólvora em permanente ameaça de explosão", avaliou o vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR). Já o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que o Brasil deve exercer seu papel de liderança para evitar que a crise traga impactos maiores à região. "Eu acho que a mediação é necessária e tem que ser consentida. A atitude do Brasil de buscar a mediação, ao lado de outros países, é medida eficaz", disse. Na opinião do deputado, o Brasil deve se manter neutro no episódio porque atua como mediador do conflito. "Ninguém media tornando pública a sua posição. É necessário saber como as coisas aconteceram."
Confram as repercussões do pronunciamento nas rádios (clique nas manchetes):

SARNEY CRITICA CHÁVEZ
(JOSÉ SARNEY) José Sarney criticou o presidente Hugo Chávez, na crise diplomática entre Venezuela, Equador e Colômbia. Sarney conclamou o governo brasileiro a assumir o papel de pilar na defesa da paz na América do Sul.
04/03/2008 - Mirante (MA) - JORNAL DO MARANHÃO – JOSÉ SANTOS E GARDÊNIA MACIEL

GARCIA: SARNEY TEM MORAL PARA OPINAR SOBRE CRISE
(JOSÉ SARNEY) Alexandre Garcia elogia discurso de José Sarney contra a corrida armamentista gerada pela Venezuela. “Sarney lembra que Chávez só pensa em guerra. Sarney não quer a OEA nisso, quer que a América do Sul resolva, com o Brasil à frente. Ele tem moral. Com o presidente Alfonsín, ele acabou dois séculos de rivalidade entre Brasil e Argentina”, enaltece.
04/03/2008 - Itatiaia (BH) - JORNAL DA ITATIAIA

ORDEM É EVITAR CONFLITO
(JOSÉ SARNEY) A crise entre Colômbia, Equador e Venezuela foi o principal assunto ontem da reunião de Coordenação Política do governo. A ordem é evitar um conflito que prejudique a reunião. Na tribuna do Senado, José Sarney acusou Hugo Chávez de tentar desestabilizar o continente.
04/03/2008 - Jovem Pan (SP) - JORNAL DA MANHÃ – JOSEVAL PEIXOTO

ORDEM É EVITAR CONFLITO
(JOSÉ SARNEY) A crise entre Colômbia, Equador e Venezuela foi o principal assunto ontem da reunião de Coordenação Política do governo. A ordem é evitar um conflito que prejudique a reunião. Na tribuna do Senado, José Sarney acusou Hugo Chávez de tentar desestabilizar o continente.
04/03/2008 - Jovem Pan (SP) - JORNAL DA MANHÃ – JOSEVAL PEIXOTO

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