terça-feira, 15 de abril de 2008

Ambientalismo Malthusiano

Florestas e desenvolvimento
Nilder Costa

Teve rala divulgação o recente trabalho que o Ministério do Meio Ambiente disponibilizou em seu portal e que levou alguns anos para ser completado: o Mapa da Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros. [1]Se entende porque ao analisá-lo melhor, uma vez que a ‘devastação’ não foi tão catastrófica quanto propalam os ambientalistas de plantão e confirma a detonação dos mitológicos ‘7%’ remanescentes da Mata Atlântica, uma das bandeiras históricas usadas para a implantação do ambientalismo no País. Eis o resultado do estudo:

Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (Fonte: O Globo)

O que sempre omitiram é que a ‘devastação’ da Mata Atlântica, com todas as críticas cabíveis ao processo, foi responsável pelo desenvolvimento brasileiro como, de resto, ocorreu na Europa, EUA e outros países desenvolvidos. De fato, comparando-se a situação atual dos biomas florestais em todo o mundo como o que eram há 8 mil anos, quando a Terra sofreu a última mudança climática significativa, se constata que o Brasil detinha 9,8% do total mundial contra 7,3% da Europa (sem a Rússia). Hoje, o Brasil detém 28,3% de todas as florestas do mundo e manteve inalteradas 70% das suas, enquanto a Europa aparece com meros 0,3% e 0,1%, respectivamente.

Embrapa - Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento por Satélite (18-01-2007)

Embrapa - Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento por Satélite (18-01-2007)
Não é necessário ser um profundo conhecedor da História para saber que esse desmatamento ocorrido na Europa está diretamente associado ao seu desenvolvimento socioeconômico. A Europa não seria o que é hoje, nem teria contribuído decisivamente para o desenvolvimento da Humanidade, se não tivesse utilizado a madeira das suas florestas originais como matéria-prima, que foi crucial para o seu desenvolvimento, e, simultaneamente, abrindo campos para produzir alimentos e construir cidades. Não precisamos adotar o ‘índice florestal’ europeu e acabar com a floresta amazônica ou a Mata Atlântica, mas porque, chegada a nossa hora, não podemos almejar o outro índice, o do pleno desenvolvimento, e construir aqui uma Europa Tropical?
Notas:[1]Brasil: o mapa da devastação, O Globo, 02/04/2008

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