sábado, 12 de abril de 2008

A FAMÍLIA BRASILEIRA

O que realmente importa é o amor à Pátria

Neste momento confuso de indefinições e incertezas éticas e morais, de mercantilização de tudo e de todos, em que as pessoas parecem apenas desejar conquistar direitos, mas que sentem grandes dificuldades em assumir responsabilidades com o que é coletivo, com o que representa ser BRASILEIRO; momento de mudanças constantes de toda ordem, cada vez mais aceleradas e profundas, não se pode esquecer das advertências do grande patriota Rui Barbosa, símbolo maior de civismo e dedicação ao Brasil. Ele apresentou a sua definição de Pátria por ocasião da solenidade de formatura de jovens no Liceu do Colégio Anchieta de Friburgo, em 1903, tornando-se um dos momentos mais conhecidos de sua oratória cívica e de amor ao Brasil, mas também símbolo de mensagem a todos os jovens brasileiros, de todos os níveis. Fazendo uma exortação à união, mas sempre preocupado com o pluralismo democrático, ensinava:

“A Pátria não é um monopólio, a Pátria são os que não conspiram, os que não sublevam. Não foram poucas as ocasiões em que se tentou fazer dela e de seus símbolos monopólio de uma classe, de uma corporação, de uma ideologia. A Pátria não é ninguém: são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à associação. A Pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo: é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. Os que a servem são os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os que não sublevam, os que não desalentam, os que não emudecem, os que não se acobardam, mas resistem, mas ensinam, mas esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a admiração, o entusiasmo. Porque todos os sentimentos grandes são benignos, e residem originariamente no amor. No próprio patriotismo armado o mais difícil da vocação, e a sua dignidade, não está no matar, mas no morrer. A guerra, legitimamente, não pode ser o extermínio, nem a ambição: é simplesmente a defesa. Além desses limites, seria um flagelo bárbaro, que o patriotismo repudia."

Esta definição de Rui sobre a Pátria, para os estudantes que agora apenas iniciam uma vida escolar e cívica, encanta, pois encara o patriotismo não como uma manifestação de um ufanismo fácil, mas sim como uma vigorosa afirmação da abrangência universal do conceito, por cima de todas as divisões políticas, econômicas, religiosas, e outras. Quer dizer: é o que se espera de todo brasileiro. É uma definição eterna, profundamente ligada ao conceito de democracia, formulada numa oratória clássica e elegante, que jamais deve ser esquecida, simplesmente porque hoje, como nunca, precisamos nos redescobrir, nos repensar, darmos a nós mesmos o devido valor. Num mundo cada vez mais individualista e desleal, em que os prazeres fáceis e sem compromisso com a felicidade divina e com a Família, são infelizmente uma triste regra, nunca é demais lembrar aos jovens em formação que não se pode perder a esperança jamais. E a esperança só se realiza na Família brasileira. Família que é a razão de ser da unidade de todos os brasileiros: a Pátria.Viva o Brasil, síntese de todas as famílias brasileira, que deve estar acima de tudo!

* Said Barbosa Dib – Professor

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