domingo, 25 de maio de 2008

Carmen Coutinho

Maio: mês das "Amazonas"!

Maio, “mês das mães” e “mês das noivas”, está quase acabando, em duplo sentido. A cada dia torna-se mais comum um contrato de casamento ser mais curto do que o de um jogador de futebol. Ao invés de significar união e parceria entre duas pessoas que resolveram compartilhar seus caminhos, por amor, tornou-se um evento social: não raro, a “superprodução” é maior do que um desfile de escola de samba. Hoje, os casais decidem, em conjunto, como farão a festa, onde será a lua-de-mel, decoração do lar, entre outras coisas. Mas não “perdem tempo” tentando aprender a conviver. Qualquer incompatibilidade ou desentendimento, pronto, fim do contrato. E não demora muito, cada um já estará pronto para preparar “outra festa”. O colunista Moisés Naím, do jornal espanhol “El Pais”, relata que, da última década aos dias de hoje, as mulheres parlamentares representam 50%, no mundo; que sua participação em conselhos de administração aumentou 30%. Fiquei preocupada ao saber que, no Reino Unido, em estudo realizado de 2003 a 2007, constatou-se que 50% das mulheres que ocupam altos cargos em empresas privadas européias não tem filho. No entanto, 96% dos homens que também ocupam altos cargos são pais. A sociedade portuguesa está preocupada com o alto índice de jovens portuguesas que iniciam sua vida sexual cada vez mais cedo. Em Portugal está se formando uma geração de jovens rebeldes, irreverentes e que não aceitam valores estabelecidos. Claro que sou totalmente a favor do crescimento e valorização da mulher! Afinal, também somos seres humanos! Mas creio que nossos papéis de “base emocional” de uma família; de exemplo de sensibilidade; de demonstrações de afeto, sem “bloqueios”; ou a imagem de “pacificadora” do lar estão com seus dias contados. Quem sabe, em um futuro próximo, o “Dia das Mães” será para comemorar a mais brilhante mãe (profissionalmente); ou a mais bem sucedida (financeiramente); ou a mais popular e respeitada (politicamente) ... mas não a “mãe amada”, a “melhor amiga”, a “melhor cozinheira”. Espero que, um dia, as feministas radicais sintam saudade de um “colinho de mãe”! Porém, será tarde: a mulher já terá se tornado, apenas, mãe biológica e provedora de um filho só, para não estragar seu corpo nem sua carreira. Aí, terá suprido sua vontade de experimentar ser “mãe”; e terá marcado mais um ponto em sua bem-sucedida vida de mulher moderna e antenada. A mulher do terceiro milênio está voltando às suas origens de “amazona”, para quem o homem só era procurado para procriar; os filhos eram criados pelos homens; e as filhas eram saudadas como “futuras guerreiras”, que seriam programadas para liderar e superar os mitológicos machos centauros.




Carmen Coutinho é jornalista em Brasília e colaboradora especial deste Blog.

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