HIPOCRISIA !
Aborto, para mim, é assassinato
É desumano acabar com a vida de alguém que, além de não ter culpa se foi gerado por estupro, simples transa ou “falta de sorte”, nem pode se defender. Enquanto isso, vários casais lutam contra a burocracia para receber em seus lares e em seus corações crianças rejeitadas. Acho que o aborto só é “admissível” quando há que ser feita escolha entre a vida da mãe ou a do bebê. Não é incoerência de opinião: o que será de um bebê sem sua mãe? E se ela vier a faltar, também, aos outros filhos? É uma decisão dolorosa e extrema: escolher qual das duas vidas é mais “necessária”. É claro que a utilização de células-tronco, retiradas de embriões congelados, também é uma decisão difícil. Porém, o que é mais desumano: utilizar o embrião para salvar e/ou regenerar vidas; ou mantê-lo congelado (sabe Deus até quando!!!!)? Que direito os seres "humanos” tem de manter um ser vivo congelado, sendo que a maioria não será “utilizada”? É difícil fazer referência a um embrião, que poderia vir a ser um bebezinho, com termos assim: congelado, descartado, esquecido, não utilizado, a ser aproveitado. Se para muitos o embrião já é uma vida humana, peço que me expliquem qual a situação da sua alma: também fica congelada? Não seria melhor ter a coragem de tomar a decisão difícil de “convertê-lo” em salvação ou regeneração de outra vida? Os impasses maiores são as questões éticas e/ou religiosas. Mas aceitam que os embriões sejam mantidos congelados!? Fazer experiências com seres vivos de outras raças/espécies (que também foram criados pelo mesmo “nosso” Deus), mesmo que eles também sintam dor, medo, pânico ... pode!
Aliás, as pessoas costumam agir assim, com relação a tudo: pobreza, preconceito, corrupção, violações de direitos, desigualdades, brutalidade. Para não se sentirem culpadas por nada fazerem, olham para o outro lado e fingem não saber e/ou não ver. Se eu fosse um embrião congelado, com toda a certeza, preferiria ser usado para salvar uma vida, ao invés de ser deixado dentro de um freezer, como um sorvete! *Carmen Coutinho é jornalista em Brasília
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