segunda-feira, 28 de julho de 2008

Uma visão russa de 1968 e a crise civilizatória

Maxim Kalashnikov e Sergei Kugushev

N.E. - O artigo a seguir, dos escritores Maxim Kalashnikov e Sergei Kugushev, foi publicado originalmente com o título "1968: o ano do grande cataclisma", no sítio RPMonitor.ru, que reúne intelectuais oriundos de diversos setores da sociedade russa, engajados em inspiradoras discussões sobre a história e o papel do país na presente reconfiguração da ordem mundial. O texto, uma instigante visão dos acontecimentos de 1968 e seus desdobramentos sob um raro ponto de vista de autores russos, é uma condensação em inglês de quatro artigos originais em russo, publicados entre 17 de maio e 13 de junho. Tradução de Josemar Rodrigues.


A revisão da história soviética, iniciada nos últimos anos da era Mikhail Gorbachov e da profética desintegração da URSS, começou com as alegações de que Josef Stálin contribuíra para a ascensão de Adolf Hitler ao poder, por haver instigado uma separação entre os comunistas e os social democratas alemães, no inicio da década de 1930. Contudo, as desastrosas intervenções muito mais óbvias de Nikita Khrushchov e Leonid Brejnev são dissimuladas ou deliberadamente ignoradas até os dias de hoje.

Preenchendo essa lacuna, devemos recordar os dois eventos que transformaram o ano de 1968 em um extraordinário marco na percepção de toda a comunidade ocidental. Embora aquele ano tenha sido marcado pelo primeiro vôo espacial ao redor da Lua e pela campanha dos Guardas Vermelhos na China, dois outros eventos são muito mais freqüentemente mencionados na bibliografia, agora também na Rússia: os maciços levantes estudantis na França e a subseqüente disseminação do que viria a ser conhecido como a "revolução do rock, drogas e sexo", e a intervenção das tropas do Pacto de Varsóvia no movimento "socialista-democrático" na Checoslováquia.
(...)
A desintegração física da URSS e a destruição moral dos EUA se desenvolveram simultaneamente. Os sonhos dos vôos espaciais do homem, de conquistar as leis da natureza, de inventar novas formas de energia, da verdadeira liberdade que inspira os grandes descobrimentos, foram ridicularizados, iludidos, desacreditados e arruinados por uma repugnante substância de mentira, desilusão e roubo. Em lugar de chegar a uma cidade avançada, de alta tecnologia e progresso social, a Humanidade perdeu a estação, chegando a uma favela imunda erguida sobre os escombros de indústrias abandonadas, governada por saqueadores, especuladores, pseudo-intelectuais, pervertidos e sádicos, um mundo onde o ser humano é considerado como matéria-prima por jogadores e agitadores bestiais, e um mundo de uma nova escravidão e total desintegração do Homo sapiens.

Não deixe de ler o ensaio. Clique em:
http://www.msia.org.br/assuntos-asuntos-estrat-gicos/636.html

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