sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Coluna do Helio Fernandes

O Congresso americano deveria recusar os 700 bilhões para os jogadores

O presidente Bush, com 23 por cento no índice de popularidade, usou anteontem a televisão em cadeia nacional. Motivo: explicar e justificar perante a opinião pública o pedido de reforço de 700 BILHÕES de dólares para socorrer os jogadores, manipuladores e falsos investidores que provocaram tremenda crise financeira no mundo.
Quando falo em 700 BILHÕES de REFORÇO, é porque o Tesouro dos EUA já destinou 450 BILHÕES (sem aval do Congresso) para esses "empresários do lucro financeiro", que cada vez ganham mais. Faltando 40 dias para a eleição de 116 dias para a sua definitiva rejeição, Bush tenta DOAR mais dinheiro a esses malabaristas do lucro fácil.
Como pela Emenda nº 24, depois de ocupar a presidência por 8 anos, o cidadão não pode exercer mais nenhum cargo (nem nomeado nem eleito), Bush não se incomoda com a repercussão negativa. No dia 20 de janeiro estará passando o cargo ao presidente eleito (para o meu gosto o jovem Obama e não o ultrapassado McCain e a improvisada e desengonçada Sarah), viajará para o Texas. E ficará repetindo para sempre diante do espelho: "Você venceu, Bush, ficou 8 anos na Casa Branca, falando o tempo todo em terrorismo. Desgastando, desprestigiando e desagregando o Império americano".
1 TRILHÃO, 150 BILHÕES é quanto os manipuladores receberão do Tesouro dos EUA. Quer dizer: dinheiro do contribuinte. O mesmo Bush jogou 3 TRILHÕES (o mínimo, há quem diga que foi mais) na Guerra do Iraque, cuja identificação verdadeira é Guerra do Petróleo. É muito dinheiro, tanto na guerra (militar) quanto na guerra (civil) financeira.
É preciso sempre repetir e relembrar: quando o G-7 (mais a Rússia) se reuniu para fingir que diminuía a fome do mundo, Bush imediatamente ofereceu sua colaboração: 5 BILHÕES DE DÓLARES.

Logo depois, para a Guerra do Petróleo, gastou 690 vezes mais. Agora, para manter ricos os que enriqueceram com o roubo do dinheiro do cidadão, Bush apela para o Congresso e para os candidatos. Quer 230 vezes mais do que ofereceu para combater a pobreza. Que existe até mesmo no seu país.
Mas o mais grave de tudo é que Bush e os outros são extremados PRIVATISTAS. Acham que o governo não deve se meter em coisa alguma, o dinheiro do contribuinte deve ser apenas para educação, saúde, transporte. Só que quando exageram nos lucros fáceis e ilegítimos, aparecem logo os ESTATISTAS que eram "compenetrados" PRIVATISTAS. E jogam nos bolsos desses aproveitadores fábulas de dinheiro bom e saudável.
Façamos a comparação entre os discursos de Bush e Lula na ONU. O presidente dos EUA se limitou a discorrer sobre seu assunto único, o TERRORISMO. O presidente brasileiro, com audácia, compreensão e espantosa coragem, fez a proposta de MUDANÇA DO SISTEMA FINANCEIRO. E foi mais longe: "O caso é de POLÍCIA, tem que ser tratado POLICIALMENTE". Surpresa geral, mas nenhuma discordância.
Posso falar com total independência e autoridade, pois há mais de 30 anos combato essa jogatina das bolsas, que só chamo de CASSINO ou de LAS VEGAS. Os jornalões sempre apoiaram os que construíram fortunas dessa forma. O que acontece agora se parece muito com 1929, é a mesma ALAVANCAGEM. Os EUA ficaram à beira da quebradeira, foram salvos por Roosevelt. Que estatizou tudo, não como Bush e sim por convicção e solução.
PS - Gostaria muito que o Congresso recusasse a DOAÇÃO desses 700 BILHÕES para comprar AÇÕES PODRES de bancos e seguradoras.
PS 2 - Bush faz o mesmo que FHC, só que este nem ouviu o Congresso. DOOU o patrimônio brasileiro, "recebendo" em MOEDAS PODRES.
(...)
Quando Luiz Paulo Conde foi nomeado para Furnas, informei: está muito doente, foi indicado por Eduardo Cunha, que quer o Fundo Real Grandeza, complementação da aposentadoria.
Agora deixou Furnas, uma das maiores empresas, que nem deveria presidir, é urbanista. Foi 3 vezes a Furnas. Tomar posse e duas aleatoriamente, ficou poucos minutos.
Agora, foi indicado por Dona Dilma Rousseff o novo presidente. É Carlos Nadalutti, engenheiro, há 34 anos na empresa. Lobão nem foi ouvido, não sabe se Furnas fica no Rio ou em Rondônia. E jamais ouviu sequer esse nome, apenas ratificou.
No futuro, quando disserem que Celso Amorim foi 8 anos ministro do Exterior, dirão: "Não é possível". Quando souberem que há 20 anos foi presidente da Embrafilme, perguntarão: "Destruiu a empresa?". Acertarão.
Os dicionários estão sempre se atualizando. Dentro de alguns anos, dirão: "Grampear, ato de quebrar a privacidade de várias pessoas". Leia também: "danieldantalizar". É a mesma coisa.
Faltam 40 dias para a eleição dos EUA em 4 de novembro. Sem a menor convicção, as pesquisas dão Obama na frente, depois mudam para McCain.
Nada disso vale, um terço do eleitorado ainda não se decidiu e responde às pesquisas diferente do que pensa. Se é que americano pensa.
O general Lessa, que comandou a Amazônia, tem falado sobre o assunto em várias partes do Brasil. Anteontem fez conferência para a lotadíssima OAB de SP. Respondeu a dezenas de perguntas.
Cancelou compromisso para estar no dia 1º no Clube Militar, no "encontro de amazônidas". Bernardo, Leonidas, Agenor, Lessa, Gama e Silva, que timaço.
(...)
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