segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Entrevista

Severin Schwan

"O Brasil não é mais emergente"

Principal executivo da Roche explica por que o país virou uma das prioridades para a indústria farmacêutica mundial.
Por Melina Costa

Até o fim de 2008, um grupo formado por sete países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, será responsável por 24% do crescimento da indústria farmacêutica mundial, uma participação inédita num setor em que, tradicionalmente, quase todas as receitas estiveram ligadas aos mercados da América do Norte, da Europa e do Japão. O executivo austríaco Severin Schwan, presidente mundial do grupo Roche, comentou o novo fenômeno.

Quão importantes são os mercados emergentes para a Roche?
Não concordo com o termo “emergentes” para países como o Brasil. Ele dá uma idéia de futuro, mas esses mercados já são uma realidade. No ano passado, 15% do faturamento do grupo Roche teve origem nos países em desenvolvimento. Em 2008, a participação será de 20%.

O Brasil é relevante apenas como mercado consumidor?
A América Latina responde por 7% de nossas vendas — e por 15% de nossos testes clínicos. Quase metade dessas pesquisas é realizada hoje no Brasil.

As empresas de bens de consumo que mais cresceram nos países em desenvolvimento são aquelas que conseguiram adaptar seus produtos a esses mercados. Como a Roche enfrenta esse desafio?
Para a indústria farmacêutica, essa regra não funciona. Se há duas pessoas com câncer de mama, uma no Brasil e outra na Alemanha, a necessidade básica de ambas é a mesma: melhorar a qualidade de vida ou, idealmente, se curar da doença.

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