terça-feira, 30 de setembro de 2008

Há 40 Anos...

Manchetes do jornal 'Tribuna da Imprensa" do dia 30 de setembro de 1968

Costa e Silva expulsa 35 governistas

O presidente Costa e Silva vai exigir que a Arena expulse os 35 deputados governistas que votaram a favor do projeto de anistia aos estudantes e trabalhadores. A exigência será formalizada na festa de congraçamento dos arenistas, em São Paulo e se baseia em estudos do ministro Gama e Silva, que anexou ao seu trabalho provas de que tais são contra-revolucionários. O residente da República deverá, também esta semana, responder as críticas aos militares, integrantes ou não de postos civis, com os quais se solidarizará, caracterizando também como contra-revolucionários os que os atacam.

SNI leva invasão a Costa
O general Garrastazu Médici, chefe do SNI, informou que o inquérito sobre a invasão policial à Universidade de Brasília "é para a orientação pessoal do marechal Costa e Silva". O trabalho, com mais de cem laudas, será entregue hoje ao chefe do governo, mas o general Medici não disse nada aos jornalistas sobre o mesmo.

Morte de Sérgio Porto é o fim dos Ponte Preta
Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto) deixou este mundo às primeiras horas de hoje, vítima de um enfarte, que o colheu ao ser atendido no Instituto Brasileiro de Cardiologia, em Copacabana, roubando ao Rio, ao povo que tanto amava e para quem escrevia, uma de suas figuras mais expressivas. Sérgio há um mês reduzira sua atividade como apresentador de shows e jornalista, deixando também de aparecer na televisão, onde tinha um programa. A conselho médico entrara em repouso e já se preparava para reiniciar suas atividades. Sérgio deixa um claro que jamais será preenchido. Com efeito, sua sensibilidade e observação foram as responsáveis pelo surgimento de tipos como a Tia Zulmira, Bonifácio Ponte Preta, Primo Altamirando, Doutor Data-Vênia, estes alguns dos habitantes do já famoso "Casarão da Boca do Mato". Com sua morte, eles desaparecem também.

Vandré ganha no júri popular
Colocada pelo júri da parte nacional do Festival da Canção em segundo lugar, a música "caminhando", de Geraldo Vandré, foi aplaudida durante dez minutos pelo público que compareceu ao Maracanãzinho e saiu cantando "Vem, vamos embora / que esperar não é saber / quem sabe faz a hora / não espera acontecer". À saída do Maracanãzinho, houve uma mini-passeata de apoio a Vandré, com a paralisação do trânsito. Sabiá, da dupla Chico Buarque de Holanda-Tom Jobim, foi a escolhida pelo júri para representar o Brasil na fase internacional do festival. Interpretada pelas irmãs Cynara e Cybele, teve sua reapresentação prejudicada pelas vaias do público, que não se conformou com a não classificação de Vandré. Este, ao reapresentar sua composição, pediu ao povo que respeitasse a decisão dos jurados.
Leia 40 anos de ontem

III Festival Internacional da Canção de 1968

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