segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Bispos criticam postura do governador do Maranhão

Reunidos na semana passada no município de Brejo, os 13 bispos do Maranhão reafirmaram o inteiro teor da carta divulgada no início do mês pelo presidente da Regional Maranhão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo de Viana, dom Xavier Gilles (foto), onde ele critica, em nome da Igreja Católica, as últimas manifestações no interior do estado, a postura do governador Jackson Lago (PDT) diante do seu processo de cassação no TSE, da Secretaria de Segurança Pública, do Ministério Público e da própria Justiça.
Os bispos estavam reunidos quando receberam uma comissão do Governo do Estado formada pelo ex-vereador Batista Botelho (PDT), membro da Pastoral Familiar, o ex vice-prefeito de Brejo, padre Fábio Rondon, e o subchefe da Casa Civil Cândido Lima. Eles foram à reunião tentar convencer os religiosos a emitirem outra carta em tom mais ameno principalmente em relação ao governador. Foram ouvidos durante 45 minutos, mas não convenceram os representantes da Igreja Católica. Os bispos então, por unanimidade, resolveram ratificar a carta de dom Xavier.
Em relação aos episódios de depredação no interior do estado, o documento diz não se tratarem de “de legítimas manifestações populares para reivindicar necesidades e direitos ignorados ou não atendidos pelo poder público. Ao contrário, revelam-se como eventos trágicos e inconseqüentes, sem consciência e sem projeto”. “Temos a impressão que estas eleições foram as mais corruptas destes últimos anos e isto é motivo de grande decepção e preocupação, porque os políticos que praticam ilícitos graves durante a campanha eleitoral acostumam ser administradores inconfiáveis e corruptos”, completa.
O presidente da Regional da CNBB critica ainda a maneira como o governador vem se posicionando diante do seu processo de cassação no TSE. “Devemos defender a tese que toda denúncia que diz respeito à corrupção administrativa e a crimes eleitorais deve seguir o rito processual estabelecido pelas leis vigentes. Encarar estes fatos de uma forma meramente emocional ou cegamente partidária seria desconsiderar a necessidade de manter os princípios da ética e da legalidade republicana como pontos firmes de toda atividade política.”

Leia aqui a íntegra da Carta de dom Xavier.

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