sábado, 17 de janeiro de 2009

No livro "Fiasco: The American Military Adventure in Iraq" (veja-o ao lado, na mão de seu autor), o jornalista Thomas E. Ricks, encarregado da cobertura militar no Washington Post, fez o que o New York Times considerou um retrato devastador da guerra do Iraque como “um exercício desgovernado de arrogância, loucura e incompetência”, da decisão unilateral do governo Bush de invadir o país sob falso pretexto à ocupação desastrada, passando pelos erros na condução da guerra (leia AQUI a resenha na íntegra).
Lançado em 2006, o livro foi imediatamente para a lista dos mais vendidos. Agora o autor estreou um blog (”The Best Defense”) no web site da revista Foreign Policy, que acaba de ser reformulada (leia o blog
AQUI e saiba mais sobre a revista AQUI). Nele contou ter tido acesso - há poucos dias, graças a um amigo - ao texto de um email de 2005 no qual um diretor de departamento do Army War College (AWC, a Escola Superior de Guerra deles) conclamou os colegas a fugirem do jornalista Ricks.
“Todos nós temos de evitar o Tom (Ricks) como uma praga”, dizia o email assinado por Steven Metz. O jornalista explicou: “Fiquei especialmente surpreso pelo texto porque a última vez que tinha falado com o professor Metz, em 2008, ele me pedira para escrever algo que a editora pudesse usar para promover o livro que acabara de fazer, também sobre a guerra do Iraque. Eu escrevi e a frase foi usada”. (Veja acima a capa o livro de Metz, Iraq & the Evolution of American Strategy)
Liberdade acadêmica em xeque
Ricks reconhece que cada um tem direito de ter opiniões próprias, mas achou estranho Metz, integrante do corpo docente do Strategic Studies Institute (SSI) da AWC, recomendar que os colegas o evitassem, negando-lhe informações (saiba mais sobre o SSI
AQUI, sobre Metz AQUI e o livro AQUI). E depois ainda buscar sua ajuda para vender seu próprio livro. É uma história reveladora neste momento em que George W. Bush dá seu adeus melancólico à Casa Branca.
Na sua entrevista coletiva desta semana, Bush a rigor não se arrependeu de nada de seus oito anos. Citou duas ou três coisas, mas atribuia a outros: as armas de destruição em massa que não existiam (culpa da inteligência), a faixa Mission Accomplished no porta-aviões Abraham Lincoln (”alguém” a colocou lá para sua visita exibicionista), imagens das torturas de Abu Ghraib (culpa de poucas “maçãs podres” de escalão inferior) e omissão no Katrina (um bode expiatório foi demitido na FEMA).
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