quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Presidência do Senado Federal

Arthur Virgílio: carta de Tião Viana "exige reflexão" e PSDB adia decisão

O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), afirmou na noite desta quarta-feira (28) que decidiu adiar, "até lá para domingo ou até mesmo segunda", a decisão sobre quem a bancada do partido irá apoiar para a Presidência do Senado - o senador Tião Viana (PT-AC) ou o senador José Sarney (PMDB-AP). Ele fez o comunicado à imprensa depois de receber
carta de Tião Viana, na qual o petista assume compromissos sobre 12 pontos apresentados pelo PSDB.
- É uma carta forte de compromissos, que exige reflexão. Vamos reunir novamente a bancada para discutir nossa posição - sustentou Virgílio, ao lado do presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra.
Questionado por repórteres, os dois negaram com veemência que a decisão do partido, prometida para esta quarta-feira (28), esteja sendo adiada por falta de acordo no preenchimento de cargos nas comissões e na Mesa da Casa. Ao comentar uma nota que o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) colocou em seu blog, na Internet, onde afirmou, na tarde desta quarta-feira, que a bancada teria decidido pela manhã votar em José Sarney, Sérgio Guerra afirmou que o senador paranaense tem posição pró-Sarney. A nota foi retirada do blog no final do dia.
Arthur Virgílio afirmou que seu partido defende que a presidência da
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) fique com o senador peessedebista Eduardo Azeredo (MG). Interrogado sobre nota de uma agência de notícias, segundo a qual o PTB defende a indicação do senador licenciado Fernando Collor (AL) para essa comissão, Virgílio observou que seu partido "é a terceira bancada do Senado" e tem o direito, "se quiser", de indicar nome para a CRE.
Eli Teixeira / Agência Senado

Meu comentário:

A carta de Tião Viana é estratégia de desesperado. Mostrou que está fragilizado. Quem é honesto, não precisa dizer que é. A verdade é que, apelando para um manifesto aberto, mostra que não quer dialogar com os senadores, mas com a mídia, diretamente. Quer usar o Senado para se beneficiar eleitoralmente. Os senadores que sinceramente querem resgatar a imagem da instituição devem ficar de olhos e ouvidos bem abertos, pois Tião não quer resgatar a instituição Senado Federal, mas demoli-la, junto com os demais senadores. Quer posar de herói vingador à custa dos colegas, como já fez na armação contra Renan. Com a atitude, está pensando não no Senado, mas nas eleições no Acre. Sem nenhuma confiança, como se pode ler no seu manifesto, aceitou de forma canina todas as exigências dos tucanos sem esboçar qualquer contraditório. Coisa de proxeneta desesperada, que se submete e que faz qualquer coisa, contanto que atinja seus objetivos. Os intelectuais seriam mais brandos, lapidados. Falariam em maquiavelismo: “os fins justificam os meios”. Mas, as propostas dos tucanos, espertamente, são de natureza absolutamente abstrata. São imperativos morais kantianos. Nenhum senador seria idiota de questionar aquilo. Nenhum parlamentar dos confins do mundo, por mais energúmeno que fosse, poderia discordar. Mas o manifesto de Tião não soa verdadeiro principalmente pelo que se conhece de sua trajetória, sua História. Definitivamente. Quem conhece seu perfil, sabe que o acreano não tem absolutamente nenhum apreço pela História da instituição “Senado Federal”. Gosta mesmo é de ONG, entidades da sociedade civil, bancos mundiais, plutocracia financeira internacional e tudo que não se refere ao Brasil. Por isso, ao ler seu manifesto, tive vontade de rir. Que submissão!!! Que desespero!!! Tudo pelo poder!!! Mas os tucanos são cobras criadas. Sabem das coisas. Devem dar imensas gargalhadas na próxima reunião, na sexta-feira, quando coletivamente irão ler a “carta de Tião Medonho” e RIR MUITO. A situação, aliás, já que estamos falando de poder, me fez lembrar de Júlio César... Júlio César, não. De uma de suas esposas. Exatamente do que ele falou sobre ela. Depois da morte de Cornélia, César se casou com Pompéia, uma das netas de Sulla. Como mulher do pontifex maximus e uma das mais importantes matronas de Roma, a nova esposa era responsável pela organização dos ritos da Bona Dea ("Boa Deusa") em dezembro, exclusivos às mulheres e sagrados. Mas durante as celebrações, Públio Clódio Pulquer entrou disfarçado na casa da mulher. Pelo que se diz, não fez nada de “bom”. Mas a fofoca foi geral. Todos falaram do babado. Em resposta ao sacrilégio, do qual não foi provavelmente culpada, Pompéia recebeu uma ordem de divórcio. César reconheceu publicamente que não a considerava responsável, mas justificou a sua ação com a célebre máxima: "À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta". O “manifesto” de Tião Medonho, com sua mensagem abstrata e subserviente, “politicamente correta”, NEM PARECE, NEM É HONESTO. Colocou as orelhas dos tucanos de pé. Mesmo aceitando desesperadamente – e apriori – até as sugestões culinárias, os gostos musicais e os desejos poéticos dos 13 senadores tucanos, com certeza, a coisa não vai colar. O tucanato no Senado tem experiência. Sabe das posições histriônicas de Tião quando vê um holofote. Preferirão o porto seguro... de quem olha nos olhos e tem firma reconhecida na História. Dirão ao Tião que não basta dizer que é confiável, não basta parecer ser confiável para a mídia, para os holofotes, tem que ter firmeza nas conversas francas, olho no olho, senador com senador, cara a cara, sem panfletinho ridículo. Arthur Virgílio não é bobo. Sabe quem é quem no Congresso. Não dá ponto sem nó.
É isso.

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