quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Roberta Campos Babo


O QUE HÁ PARA LER...

SENHOR KRAUZE, da Revan, usa várias formas literárias para narrar as desventuras do personagem e expor o horror do mundo, a exclusão e a destruição da singularidade. O escritor Alberto Lins Caldas faz uma sátira engraçada, mas também um grito de revolta contra o esmagamento da própria voz, num "olhar sem brasilidade e regionalismos que propõe o enfrentamento contra o existente."

O DIÁRIO DE BERNARDINA, da Jorge Zahar, revela o cotidiano familiar de um dos articuladores do golpe que depôs a monarquia no Brasil e instaurou a República. Organizada pelo antropólogo Celso Castro e pelo historiador Renato Lemos, a obra reúne notas do diário da adolescente Bernardina Botelho de Magalhães, filha de Benjamin Constant, um dos principais líderes do movimento que resultou na proclamação da República no Brasil, em 15 de novembro de 1889. . Enquanto registrava a típica vida das jovens brasileiras no fim do século XIX, Bernardina relata os bastidores de um dos mais importantes acontecimentos históricos do país.

Em O RIO E SEU SEGREDO, da Objetiva, a pianista Zhu Xiao-Mei conta sua saga durante a Revolução Cultural na China, num emocionante encontro entre o Leste e o Oeste, passado e presente, música e filosofia. Obrigada a interromper seus estudos, passou cinco anos na fronteira da Mongólia num um campo de reeducação onde conseguiu aperfeiçoar às escondidas a sua habilidade com o piano. A obra mostra como conseguiu enfrentar o regime comunista através de Bach e do pensamento de Lao TSE.

NOIVA DA REVOLUÇÃO/ ELEGIA PARA UMA RE(LI)GIÃO, da Boitempo, é um ensaio histórico-político-sentimental sobre Recife. Munido de lembranças, o sociólogo pernambucano Francisco de Oliveira conta, por exemplo, que estava junto do então governador Miguel Arraes quando o coronel Dutra de Castilho deu-lhe voz de prisão, no Palácio do Campo das Princesas. Relata também a escuta, em uma extensão telefônica, do diálogo entre Arraes e João Goulart, este ironizando o "medo" do governador diante da movimentação das tropas do general Justino, que segundo o presidente estariam nas ruas para proteger Arraes.

A SOLUÇAO PARA O SUBPRIME, da Editora Campus, aponta as causas e as possíveis soluções para a bolha imobiliária que deu origem ao atual descarrilamento econômico financeiro que ameaça a economia mundial. . O economista americano Robert Shiller argumenta que a bolha do mercado imobiliário americano cresceu a esse ponto porque a sociedade não soube lidar com bolhas especulativas. A obra explica o que aconteceu e aponta quais medidas devem ser tomadas para reestruturar os fundamentos institucionais da economia.

Em AMIGOS, AMANTES, CHOCOLATE, da Companhia das Letras, o escritor Alexander McCall Smith conta a história da filósofa com alma de detetive Isabel Dalhousie, que se envolve numa arriscada investigação. Para ajudar um amigo que depois de um transplante de coração passa a ter visões de um rosto desconhecido, ela vai atrás de pistas do doador anônimo e acaba se deparando com delicadas questões éticas e afetivas, com um italiano sedutor e até com espiritismo.

A CARNE DOS ANJOS, da Agir, é romance sobre inocência, amor e esperança. A autora Siobhan Dowd se inspirou em acontecimentos da crônica policial que envolveram a morte de dois recém-nascidos em uma aldeia irlandesa. Baseado em história real, a obra conta a história de uma garota de quinze anos, que tem uma vida bastante cruel pelas reviravoltas em que ela se encontra mergulhada.
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Um comentário:

  1. O sociólogo Chico de Oliveira tem um filho chamado Miguel e um livro dedicado a Miguel Arraes.A escolha do nome de seu filho é uma homenagem à meu pai,Miguel Arraes.Meu nome é Luiz,o oitavo dos dez filhos que meu pai teve.
    Estou indignado com este livro(a primeira parte) que o sociólogo escreveu.Mal escrito,sem rumo,mente na medida das idéias,impulsos ou mágoas deste senhor.
    Leiam em Celso Furtado(em suas memórias) o comportamento de meu pai quando da prisão.
    Não renunciou porquê argumentou que o mandato estava na pessoa dele,mas não lhe pertencia.Preferia ser preso.Disse ainda à junta militar que tinha 9 filhos(o mais novo,Pedro,não era nascido,)e que seus filhos quando crescidos precisavam saber como o pai se comportou naquela hora.
    Este senhor é um ingrato.Está com raiva do mundo.Em vez de estar adjetivando o mundo,por quê não toma um Prozac,faz terapia,caminha todas as manhãs?
    Peço ao moderador minhas desculpas pelo tom que estou a usar,mas conheço a estória e a história e o comportamento deste professor é digno da mais violenta repulsa.É recidivante em veneno!

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