sábado, 12 de dezembro de 2009

Empresa que pagou Arruda recebe R$400 milhões do governo de SP

Polícia Federal interceptou pacote de dinheiro enviado pela CTIS, empresa dirigida por tucanos

O ex-secretário de Relações Institucionais do governo de Brasília, Durval Barbosa, revelou em depoimento feito à Polícia Federal que na manhã do dia 13 de outubro passado, ao chegar ao seu gabinete, encontrou um pacote de dinheiro enviado por Sedex pela empresa de informática CTIS “para chegar ao governador José Roberto Arruda (DEM) e demais pessoas”. Durval revelou que preencheu uma folha de papel com os nomes, números e percentuais das pessoas que deveriam, segundo a empresa, receber o dinheiro, e anotou: “CTIS mandou entregar na secretaria (recepção) como Sedex”.
A CTIS Tecnologia S/A é a mesma empresa de informática responsável pelo Consórcio Educat, que foi vencedor de uma licitação para alugar 100 mil microcomputadores ao governo de José Serra (PSDB), em São Paulo. A empresa assinou um contrato no valor de R$ 400 milhões com a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) do governo do estado para fornecer locação de computadores ao custo de R$ 4.000 por unidade. Os computadores seriam destinados ao projeto “Computador na Escola”. A CTIS, que faturou R$ 457 milhões em 2008 e R$ 609 milhões em 2009, dos quais 80% só no governo de São Paulo, também tem contratos com a Secretaria de Fazenda do governo do Distrito Federal e com a Terracap (Companhia Imobiliária de Brasília).
Durval informou à Polícia Federal que, apesar de ter feito as anotações sobre a destinação dos recursos, desistiu de entregá-los. Ao contrário, decidiu telefonar para a promotora de Justiça, Alessandra Queiroga, e entregar a ela o pacote enviado pela CTIS. Do valor contido na encomenda, estimado por ele em R$ 63 mil, 40% (R$ 25,3 mil) deveriam ser entregues ao governador Arruda. Para o vice-governador, Paulo Otávio (DEM), estavam destinados R$ 18,9 mil e para José Geraldo Maciel, então chefe da Casa Civil de Arruda, seriam entregues R$ 6,3 mil. Os outros R$ 12,6 mil deveriam ir para uma pessoa de nome Antônio Gomes, que a Polícia Federal ainda não identificou.
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