quarta-feira, 14 de abril de 2010

Grécia: A farsa da “ajuda”

Dizem eles que os governos europeus oferecem ajuda de €30 mil milhões à Grécia . Soa muito bem, mas o diabo esconde-se nos pormenores. Os ditos cujos empréstimos de "ajuda" serão concedidos, se e quando o governo grego os solicitar, mas à taxa de juro praticada pelo mercado (agora em torno dos 5%). É uma exigência de Berlim que tal "ajuda" seja concedida à taxa de mercado. Contudo, isto não faz qualquer sentido: uma operação de salvamento é necessária precisamente quando os mercados deixam de funcionar e se recusam a refinanciar a Grécia a taxas sustentáveis. Assim, insistir em que o salvamento se verifique a taxas de mercado equivale a insistir em que não haja qualquer salvamento. As contradições deles são insanáveis. Pelo seu lado, o Bundesbank está à beira de um ataque de nervos. Mas o que é que teme o banco central da Alemanha? Os seus receios são de que a Grécia se marimbe para a dita "ajuda" dos governos europeus e recorra directamente ao FMI. O Bundesbank acredita que o FMI imporá menos condicionalidades à Grécia do que a UE (chama-o de Fundo Maximisador da Inflação). Assim, o FMI teria de pedir dinheiro aos seus membros mais importantes em troca dos Direitos Especiais de Saque (DES) por ele emitidos. E nessa altura o Bundesbank seria imediatamente convocado a dar os recursos ao FMI a fim de este os transferir à Grécia. Eles estão num molho de brocolhos. Aguardam-se os próximos actos desta farsa. Ela só acabará quando os trabalhadores gregos tiverem o poder de decisão. Mas a história actual da Grécia é ilustrativa do que pode acontecer a outros países europeus.
Do site português “resistir”

Veja também:
As guerras europeias quanto às dívidas que vêm por aí , por Michael Hudson

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