sábado, 25 de setembro de 2010

Notícias comentadas sobre a famigerada "Dívida" Pública, que até agora nenhum candidato viável à Presidência ousou contestar...


Os jornais de hoje destacam o aumento de capital da Petrobrás, para poder investir na exploração dos Poços de Petróleo do Pré-Sal. Na operação, o governo federal aumentou sua fatia na empresa de 40% para 48% (considerando também as ações em poder do BNDES), o que poderia indicar que o povo brasileiro iria aumentar sua participação nos resultados da empresa, enquanto os investidores privados perderiam espaço (Governo eleva fatia na Petrobras para 48%, diz Mantega"). Porém, o artigo 1º da Lei 9.530/1997 (criada no governo FHC e mantida por Lula) define que todos os lucros das estatais distribuídos ao governo são destinados para o pagamento da dívida pública, ou seja, os verdadeiros beneficiados serão os banqueiros e rentistas.
Mesmo ganhando rios de dinheiro com a dívida pública, os banqueiros se recusam a atender às reivindicações dos bancários bancários (reajuste de 11%, participação nos lucros, dentre outras), que por isso podem entrar em greve a partir de 29/9. Conforme mostra a notícia, “os seis maiores bancos que operam no país (Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) apresentaram R$ 21,7 bilhões de lucro líquido nos seis primeiros meses do ano. O ganho é 32% superior ao lucro do mesmo período de 2009 e a rentabilidade média sobre o patrimônio líquido é de 25%.”
Por fim, o jornal O Globo reproduz informação equivocada do governo, de que a dívida pública federal (interna e externa) atingiu R$ 1,6 trilhão em agosto. Tal valor é obtido na Tabela do Tesouro Nacional (Anexo 2.1), que indica uma dívida externa pública federal de R$ 93 bilhões e uma dívida interna de R$ 1,524 trilhão, chegando-se ao total de R$ 1,618 trilhão. Porém, conforme tabela divulgada pelo Banco Central (Tabela 11), devem ser adicionadas a estes R$ 1,524 trilhão da dívida interna as chamadas “Operações de Mercado Aberto”, que também representam dívida, e somaram R$ 362 bilhões. Portanto a dívida interna é de R$ 1,9 trilhão, e não R$ 1,5 trilhão conforme divulgado. Se considerarmos também os títulos do Tesouro em poder do Banco Central (conforme consta da Tabela do BC, quadro 35), veremos que em julho a dívida interna total já tinha chegado a R$ 2,186 trilhões.
O governo também divulgou que a participação de estrangeiros na dívida interna atingiu novo recorde, de R$ 150,6 bilhões (“Dívida pública sobe para R$ 1,6 trilhão"). Porém, não é divulgada a metodologia utilizada para se chegar a este número, que pode estar omitindo diversos itens, como os títulos detidos por bancos e investidores estrangeiros por meio das Operações de Mercado Aberto (que nunca aparecem nos dados do estoque da dívida) e as aplicações de empresas multinacionais em fundos de investimento.

Saiba mais sobre esses assuntos. Leia com bastante atenção algumas postagens que já fizemos neste blog a respeito. Vale a pena conferir:

Sair da crise?

Escravização: as cifras espantosas da dívida pública

Perdas com o serviço da dívida
























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