segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Orçamento: relator reserva R$ 12,3 bi para novas despesas

Valor do salário mínimo vai depender de negociações com a equipe da presidente eleita.

A Comissão Mista de Orçamento deverá concluir até a próxima semana a primeira fase de análise do projeto orçamentário de 2011, com a votação do relatório preliminar (veja íntegra), apresentado na sexta-feira (5) pelo relator-geral, senador Gim Argello (PTB-DF). O senador reservou R$ 12,3 bilhões para atender as demandas que chegaram até agora ao Congresso, como aumento do salário mínimo e compensação dos estados exportadores pelas perdas relativas à Lei Kandir.

Como já havia declarado anteriormente, Argello não se comprometeu com nenhum valor para o mínimo. O relatório garante apenas um número superior ao que veio na proposta orçamentária (R$ 538,15). Ele disse que só vai garantir o arredondamento para R$ 540, que representa um impacto de R$ 529,8 milhões nas despesas. Qualquer valor acima disso dependerá de negociação com as centrais sindicais e a equipe da presidente eleita, Dilma Rousseff, marcada para esta semana.

Além do mínimo e da Lei Kandir, ele priorizou o atendimento de despesas com reajustes para servidores públicos, sem especificar categorias – o Judiciário exerce, no momento, a maior pressão por aumento em 2011 –, revisão dos benefícios previdenciários acima do salário mínimo e gastos com obras para a Copa do Mundo de 2014, entre outras.


Emendas individuais

O relatório preliminar traz as regras para apreciação da proposta orçamentária. Até a sua votação, marcada para o dia 16, Argello terá que administrar uma outra demanda: a pressão de parlamentares para o aumento do valor das emendas individuais.

O relatório manteve o mesmo montante do ano passado (R$ 12,5 milhões por parlamentar). Esse valor significa uma despesa de R$ 7,425 bilhões, que já está reservado. Cada deputado e senador pode apresentar até 25 emendas no valor global estipulado pelo relatório preliminar.

Há sugestões para elevar o teto para R$ 15 milhões por parlamentar, gerando um gasto total de R$ 8,91 bilhões. Qualquer aumento obrigará o senador a cortar em outras áreas, reduzindo a disponibilidade de recursos que ele possui hoje. Isso pode afetar principalmente as emendas coletivas (de bancadas estaduais e comissões), beneficiadas com R$ 3,4 bilhões no relatório, que teriam o montante reduzido. Desde 2004 o valor global das emendas quintuplicou (ver tabela).


Evolução das emendas individuais
Ano do Orçamento

Valor por parlamentar (R$ milhões)

Nº máximo de emendas
20042,520
20053,520
2006520
2007620
2008825
20091025
201012,525
2011 (atual)indefinido25

Fonte: Relatórios preliminares

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Wilson Silveira

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