quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Cresce resistência à ideologia do gênero na ONU

Por Silvia Palacios/ Alerta em Rede

A ideologia do gênero, fabricada por um poderoso lobby malthusiano internacional, que logrou impô-la na Conferência Mundial sobre a Mulher, em Pequim (1995), foi introduzida nos organismos especializados das Nações Unidas, 15 anos atrás. Desde então, as nações e os seus poderes constituídos, em todo o mundo, têm sido fortemente pressionados para adequar as suas leis e culturas às resoluções neles aprovadas, tendo o tema entrado de fato no jogo das pressões diplomáticas. Até o momento, a ONU tem servido como um palco privilegiado para se forçar uma mudança cultural de alcance mundial, impondo-se novas convicções que questionam a existência da família natural, as diferenças entre homem e mulher e a gestação da vida. Por isso, é de grande relevância que um grupo de nações, representando uma significativa fração da população mundial, tenha se unido para confrontar aquela agenda supranacional, que representa uma ameaça à existência da pessoa e da soberania dos Estados. Em 28 de junho, em Genebra, Suíça, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução que reconhece a família como o núcleo da sociedade. O texto afirma:

“Reconhecemos a família como o núcleo natural e fundamental da sociedade, e com direito à proteção por parte da sociedade e do Estado. (…) A família tem a responsabilidade primária de nutrir e proteger as crianças. (…) Para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, elas devem crescer em um ambiente familiar e uma atmosfera de felicidade, amor e entendimento.” (ACI/EWTN Noticias, 28/06/2014)

Possivelmente, quando a ideologia do gênero foi imposta, em Pequim, a maioria das pessoas sequer imaginasse que, em algum momento, a afirmação da prevalência da família natural viria a constituir um tema de discrepâncias mundiais. Mas, desde então, aqueles grupos de poder que controlam os meios de comunicação, sistemas educacionais, movimentos sociais e outros meios de propaganda e influência, se puseram à frente de uma autêntica guerra cultural contra a civilização cristã. A resolução foi aprovada por 26 votos a favor, 15 contra e seis abstenções. Os votos favoráveis vieram da África do Sul, Arábia Saudita, Argélia, Benin, Botswana, Burkina Faso, Cazaquistão, China, Congo, Costa do Marfim, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Filipinas, Federação Russa, Gabão, Índia, Indonésia, Kuwait, Maldivas, Marrocos, Namíbia, Paquistão, Quênia, Serra Leoa, Venezuela e Vietnã. Os contrários foram: Alemanha, Áustria, Chile, Coreia, Estônia, EUA, França, Irlanda, Itália, Japão, Montenegro, Reino Unido, República Checa e Romênia. Abstiveram-se: Argentina, Brasil, Costa Rica, Macedônia, México e Peru. O representante de Cuba não se apresentou para a votação. Como se pode constatar, os países europeus – supostamente, o centro de gravidade da civilização cristã ocidental -, uma vez mais, renegam as suas raízes históricas e persistem em se manter afogados no pessimismo cultural do hedonismo da opção “sem filhos”, causadora do “inverno demográfico” que os assola. No mesmo período, em 24 de junho, o governo dos EUA deu uma contribuição para tal impulso, ao promover o Fórum da Casa Branca sobre Direitos Humanos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais), apresentado por ninguém menos que o vice-presidente Joe Biden, a assessora de Segurança Nacional Susan Rice e a assessora presidencial Valerie Jarrett. Com a presença de centenas de participantes, o Fórum serviu para o governo do presidente Barack Obama renovar o seu compromisso de “promover e proteger os direitos humanos e a dignidade das pessoas LGBT, em todo o mundo, onde quer que se vejam ameaçadas (Noticias Globales, 3/07/2014).
 
 
Quanto à Ibero-América, as nações votantes, embora não tenham assumido um compromisso ativo contra as imposições da “diplomacia do gênero”, pelo menos, se abstiveram de coonestá-la. “A derrota [do conceito] dos vários tipos de família demonstra que a ONU está cansada desse tipo de debates” — sintetizou Austin Ruse, presidente do Instituto Família Católica e Direitos Humanos dos EUA. “A maioria dos estados membros gostaria de promover temas que preocupem ao mundo e não apenas às elites no Norte”, disse ele. No âmbito continental, a Organização dos Estados Americanos (OEA) também foi palco de uma confrontação sobre certos aspectos da ideologia do gênero. Na última assembleia geral da entidade, realizada em Assunção, Paraguia, em 3-5 de junho, o secretário-geral José Miguel Insulza reconheceu que a insistência no tema dos direitos do grupo LGBT, como tem ocorrido nos últimos seis anos, somente tem produzido “fricções”. Isto porque várias nações do continente se opõem veementemente à aplicação vinculante de questões como o aborto, casamento homossexual e adoção de crianças por tais casais, por temor de punições externas eventualmente impostas pela desobediência a alguma resolução que, porventura, fosse rechaçada por suas populações. Devido à controvérsia, não foi aprovada uma resolução promovida pela Argentina, Brasil e Uruguai, sobre os direitos dos homossexuais. Na ocasião, o representante da Guatemala sintetizou as posições daqueles países, ao afirmar: “Meu país declara que promove e defende os direitos humanos e, com relação às disposições desta resolução, não discrimina por qualquer razão, por motivos de raça, credo, sexo etc. Não obstante, a Guatemala considera que, legalmente, não reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo e isto não constitui uma prática discriminatória.”



Créditos  Este artigo foi apresentado no Boletim Eletrônico MSIa INFORMA, do MSIa – Movimento de Solidariedade Íbero-americana, Vol. V, No 46, de 03 de julho de 2014.

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